Crédito para inovação e competitividade em 2018
Os efeitos da mudança na política de juros em bancos de fomento afetam diretamente a tomada de decisão sobre a forma como nossas empresas aumentarão sua competitividade e inovação. Especialmente para o setor produtivo brasileiro, alertam os especialistas, existem alternativas que permitem a manutenção e o incremento da competitividade de nossas empresas no cenário mundial.Conforme o coordenador da Pactum no Rio Grande do Sul, Rafael Zanotelli, a mudança na política de juros é um reflexo das condições da economia do país e um termômetro do momento político. Como o ano de 2018 será marcado pela realização de eleições, associado ao fato das investigações da Operação Lava-Jato, propicia uma instabilidade que afeta diretamente as taxas de juros, podendo haver reflexo em projetos de longo prazo com a mudança da TLP.“Se a perspectiva de segurança de investidores é afetada, podemos supor que alguns projetos terão risco de execução. E isso afeta também a capacidade do sistema produtivo em gerar emprego, o que impacta a renda e afeta a economia como um todo. Esses são fatores que deveriam ter sido analisados previamente antes da mudança”, comenta Zanotelli.O especialista da Pactum Consultoria Empresarial, Antonio Carlos Caldeira, alerta que essa é a hora em que profissionais devem agir em favor de uma solução adequada para as empresas.Segundo Caldeira, o papel desses profissionais é identificar a real necessidade da tomada de crédito, seguido da elaboração de um projeto que preserve a organização de instabilidades de cenário nas melhores opções de financiamento.“Existem diferentes possibilidades e identificá-las pode fazer toda a diferença, mantendo a organização competitiva no mercado”, comenta. Uma das alternativas é o Finep – financiadora de projetos ligados ao Ministério da Ciência e Tecnologia – que já anunciou que a TLP não se aplica aos créditos reembolsáveis concedidos, sejam os contratos vigentes ou que vierem a ser assinados.
“O corporate venture é uma prática crescente no Brasil e comum desde a década de 1970 nos Estados Unidos.”Outra possibilidade é a conhecida Lei do Bem, que há 15 anos cria a concessão de incentivos fiscais às empresas que realizaram pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica.Entretanto, o mais recente levantamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTI) revela que apenas 991 empresas buscaram incentivos fiscais do governo federal com base nessa legislação, ou 1% das empresas no universo nacional.Opção cada vez mais considerada por médias e grandes corporações com ambições ou ideias de inovação, os projetos de corporate venture são um esforço corporativo e empreendedor que levam à criação de novos negócios, internos ou externos, pelas organizações.De utilização crescente no Brasil, o corporate venture é uma prática comum nos Estados Unidos e na Europa desde a década de 1970. “É um forma de buscar a inovação junto a startups, em projetos muitas vezes com maior atração de crédito”, diz o presidente da Pactum Consultoria Empresarial, Vinicius Ochoa Piazzeta.Para o dirigente as organizações entenderam o atual cenário global, a reconfiguração e a sofisticação crescente do jogo da competitividade, em especial da inovação.“Para concorrer no mercado global é preciso que as empresas brasileiras se sirvam de todos os instrumentos disponíveis para o realce de seus diferenciais competitivos”, diz o dirigente.