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Benefícios da Governança Corporativa para Médias Empresas

Projetos empresariais de implantação ou aperfeiçoamento de Governança Corporativa costumam ter seus aspectos práticos ofuscados pela vasta doutrina acadêmica existente. Empresários muitas vezes são levados a crer que precisam implementar o ‘pacote completo’, mas tem dificuldade de encontrar semelhanças entre suas empresas e companhias abertas, com ações negociadas em bolsa de valores. Para grande parte das empresas brasileiras, especialmente familiares de porte médio, a decisão de iniciar um projeto de Governança Corporativa é protelada basicamente pela dificuldade de visualização de seus benefícios financeiros, ou de outra espécie. Como disse Clarice Lispector, “A direção é mais importante que a velocidade”. Governança Corporativa é a direção a ser seguida e independentemente da velocidade que empregada é preciso começar. Tudo que existe caminha para seu fim, conforme o princípio universal da entropia. Dessa forma, o prolongamento da vida é um dos maiores benefícios em se começar a caminhar em direção ao estabelecimento de um sistema pelo qual a empresa (e, às vezes, a família empresária) é dirigida, incentiva e monitorada. Outros benefícios mais tangíveis são também possíveis de se obter. Ao seguir as regras criadas pela própria empresa, ela se capacita para perceber mais rapidamente seus pontos fracos, tendo maior probabilidade de saná-los antes que seus concorrentes dele se aproveitem para conquistar fatia do mercado. Vivemos a era da disrupção tecnológica e as novas gerações estão melhor capacitadas para trabalhar com projetos inovadores. Sob a ótica da eficiência empresarial, especialmente no que diz com custos tributários e trabalhistas, a criação de um comitê interno pode aproximar a empresa das melhores práticas dos líderes de seu segmento, trazendo com isso imediato reflexo positivo no fluxo de caixa. Aqui se percebe claramente o aspecto customizado dos projetos de Governança. Para uma empresa controlada por uma família só, com pouquíssimos funcionários, não faz sentido a criação de um Conselho de Administração ou mesmo de Comitê Fiscal, mas isso não significa inexistirem pontos de melhoria no que diz com a tributação ou a gestão financeira. Empresas familiares, compostas por uma ou mais famílias, convivem ainda com a confusão de papeis. Iniciar um projeto de Governança Corporativa implica, é certo, em mudança de comportamentos tanto da geração fundadora como da geração sucessora. Nessa dimensão, o benefício colhido por aqueles que decidem iniciar a caminhada é a harmonização das relações familiares e a tranquilidade que acompanha a definição clara do papel de cada um. Governança traz sinergia, gerando oportunidades de lucrar mais e valorizar melhor sua empresa para escapar da entropia realizando operações como fusões, venda ou associações empresariais outras. E empresas que adotam práticas de Governança tem maiores chances de captar recursos públicos para financiar tais movimentos.

Vinicius Piazzeta

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